terça-feira, 11 de junho de 2013

Dos condicionamentos



Recentemente aprendi que a primeira coisa que um treinador de elefantes faz é ensiná-lo a não fugir. Quando o elefante é pequenino prende-lhe um grilhão a uma pata, e cada vez que o animal tenta afastar-se percebe que o grilhão é mais forte. A partir do momento em que o condicionamento é assimilado, basta prender a perna do animal -- com qualquer frágil material -- que o elefante não mais tentará escapar, mesmo quando atinge o auge da sua maturidade e força. O elefante torna-se prisioneiro da imagem mental de impotência do passado.

E isto assustou-me. Pelos elefantes e por nós. Quantas correntes do passado continuarão a limitar-nos, por não percebermos que agora somos mais fortes?

7 comentários:

  1. Muitas correntes, muitas delas criadas sem explicação.

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    1. Gosto de acreditar que haverá explicação, Leitor. Só temos de nos debruçar na busca interior para as descobrir... e quebrar.

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  2. É realmente assustador, e o elefante preso a um frágil fio dá uma bela imagem da sua força, ou da nossa "fraqueza", a nossa capacidade de raciocinar em vez do nos libertar serve-nos de grilhão... :/

    Beijos

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    1. Tenho outra perspectiva, Canca*

      Não será o nosso lado animal (que não pensa: reage), o responsável por responder a condicionamentos? Devemos sobrepôr a capacidade de raciocinar (que não evoluiu há tanto tempo quanto se pensa) ao lado animal (instintivo), para quebrar esses grilhões. Ao contrário do elefante, temos capacidade para compreender que objectivamente somos mais fortes e mais capazes do que antes. O mesmo efeito deveria, então, gerar uma resposta diferente da nossa parte.

      Beijinhos*

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    2. Nem sempre os nossos grilhões são impostos, muitas vezes são fruto da nossa mente, nós estabelecemo-nos as nossas próprias barreiras, se fossemos só "reacção" elas não teriam razão de existir.

      Beijinhos

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    3. Concordo, mas os condicionamentos auto-impostos pertencem a outra categoria, que não aquela a que me referia através do exemplo dos elefantes.

      A história da domesticação destes animais fez-me pensar nos outros condicionamentos... naqueles que (por exemplo) tornam um adulto extremamente calado porque em casa, na infância, era ignorado quando opinava, interrompido, voz em cima de voz, com direito a mudança de tema, como se fosse invisível. A voz some-se, não porque o agora adulto não possa exprimir-se, mas porque teme ser ignorado (ainda que involuntariamente no calor da argumentação dos vários amigos), teme os sentimentos de invisibilidade que outrora sentia. Agora está entre amigos, agora pode tudo, mas continua preso à limitação passada. (E eu tenho uma amiga assim).

      Beijinho*

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  3. Olá querida ABT,
    Este texto leva a uma profunda reflexão que cada um devia ter.
    Em relação à tua pergunta acredito que muitos mas se a vontade em vencer estiver dentro de nós somos mais fortes, temos de reconhecer o erro e evoluir como pessoa, :)***

    beijinhos grandes e bom início de semana.

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