sábado, 5 de janeiro de 2013

Pensamentos soltos



A única explicação que encontrei para o facto do nosso mundo ser tão desequilibrado afirma que já estivemos aqui antes. Que a nossa vida não é do tamanho desta nossa história, mas de muitas outras sucessivas. Não só estivemos cá imensas vezes como voltámos sempre com uma memória residual, subconsciente, do que se passou. Todos passámos por uma infinidade de contextos diferentes e evoluímos em função da forma como reagimos nessas vidas: crescendo para outra realidade, se aprendemos a lidar com a anterior, ou estagnando na necessidade de repetir aprendizagens mal adquiridas. O objectivo é somente esse: evoluir. 

E por mais estranho que pareça, esta visão sobre múltiplas vidas faz-me sentir mais responsável pela vida actual, em vez de menos. O auto-aperfeiçoamento, a capacidade de influenciar não só como vivo aqui e agora mas também como viverei no futuro, remove a problemática sobre o "que andamos aqui a fazer, e é o meu pequeno contributo realmente importante?". De alguma forma penso com mais interesse na forma mais eficiente de crescer, e penso menos no medo, que me cerca a alma, de pensar que estamos condenados a perder todos aqueles que amamos. 

Vários médicos, no exercício das suas funções, acabaram por reportar situações realmente interessantes que sustentam aquela teoria. Médicos que se diziam cépticos antes de tais situações acontecerem. Um deles chama-se Brian Weiss. E num momento de hipnose induzida [hipnose é um método usado em medicina que induz um estado de concentração profunda para aceder às memórias subconscientes dos pacientes, que visa descobrir o foco de um problema (como fobias) na vida dessas pessoas] a paciente do médico em questão referiu que se viu morrer, noutro corpo que não o dela, como, quando e onde. Tendo em conta que os sintomas da paciente melhoraram depois dessas regressões, não importou ao médico discutir se se tratavam de memórias reais ou se de um produto da imaginação do cérebro. O importante era a evolução dos pacientes. Anos mais tarde, dois pacientes daquele médico, que não se conheciam, reportaram sob hiponose a mesma cena de vida, noutra época, noutros corpos (cada um assumindo um papel diferente nessa história), levando o profissional de saúde a concluir que aquelas pessoas já se tinham conhecido antes -- noutra vida.

Podemos, e devemos, questionar se o que ouvimos e lemos é verdadeiro. Sempre que me deparei com estes livros -- apesar da aparente credibilidade que mereciam as pessoas em causa, com carreiras e reputações médicas a perder -- foi-me impossível evitar os pontos de interrogação mentais. Mas também pensei nos momentos de déjà vu que senti em lugares que estava a visitar pela primeira vez,  ou nas pessoas com quem tenho uma ligação de tal forma forte que parece que já nos conhecíamos antes.

Podemos e devemos questionar o que ouvimos e lemos. Mas há crenças que nos fortalecem e outras que nos tornam mais fracos. E esta faz-me bem.


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