Sou uma dessas sortudas que não pode queixar-se da ausência de pessoas especiais no seu círculo reservado. Falo daquelas pessoas que por serem únicas, e estarem tão presentes por e para nós, marcaram um período (ou vários) da nossa vida. Verdadeira amizade. Amor, diria até -- que o amor não é só romântico.
E mesmo aquelas que, por um motivo ou outro, já não estão tão presentes na minha vida -- geralmente por mudarem de cidade, de região ou mesmo de país -- continuam a provocar-me sorrisos. A vivência foi intensa e verdadeira. As memórias são muito bonitas.
Mas pessoas especiais e memórias únicas não significam total ausência de momentos dolorosos. Há mal-entendidos que surgem, vontades que divergem e se tornam fortes o suficiente para decidirmos um afastamento. Doloroso, mas necessário. Às vezes gostar tanto de alguém é, também, afastarmo-nos dessa pessoa.
Um dia ouvi a minha mãe dizer-me que tinha uma sorte desmedida por ter tantas pessoas especiais na minha vida. Na verdade o comentário pretendia alertar-me para possíveis decepções. Felizmente a minha mãe esteve sempre enganada.
E independentemente do que nos afastou, cruzar-me na rua com qualquer dessas pessoas, mesmo que anos depois da última vez, traz-me sempre conforto, sorrisos partilhados e abraços apertados. E eu não consigo expressar o quanto isso me faz feliz. As pessoas não são nossas, mas a felicidade que nos causam sim.
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