As palavras magoam. E curam. Ajudam. E amam, como gestos, em momentos excepcionais. Já lhes dei tanta importância que em tempos achei que seriam o meu destino. Mas descobri que as palavras falam tão mais baixo do que os gestos que acabam abafadas por estes. As palavras continuam a afagar-me, num abraço caloroso, mas já não me encantam da mesma forma. Ou talvez tenha sido a inocência, de pensar que as palavras são verdades eternas, que se perdeu. Não são...
E neste exercício de descoberta tornei-me tão céptica... tão céptica que me parece que todas as palavras (mesmo aquelas que são claramente bem-intencionadas) nos dão apenas um pedacinho de presente e talvez de passado. Mas não trazem o futuro. No máximo trazem uma convicção de futuro que só os gestos podem certificar.
Nem sempre são as pessoas que mentem. É a vida que muda. E por isso viver no presente é tão importante. Viver no aqui. No agora. Se queremos que não nos mintam.
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