sábado, 7 de março de 2015

Pergunta do dia


Todos os anos faço algumas sessões de "acompanha a amiga na escolha da roupa da nova estação". E uma vez que a Primavera está já a acenar com algum vigor, começo a preparar-me mentalmente para mais uma destas sessões de compras. Que trazem sempre associadas a mesma conversa. Uma conversa que me faz querer cortar os pulsos: os tamanhos escolhidos.

- Como é que é possível?! Eu nunca vesti um 40, eu sou um 38! 
- Mas não assenta bem, está muito justo. Experimenta esta, acima.
- Nem pensar!
- Mas a peça é linda... experimenta só para vermos como fica.
- Recuso-me!

E acabo sempre meio enervada com as minhas amigas, porque desvirtua-se o propósito de encontrar roupa gira que as favoreça, para passar a ser uma caça ao número que elas querem vestir, o que, convenhamos, é muito mais chato. Who the f*** cares? Podiam dar-me um 48, que importava-me na mesma medida que me importo em vestir uma etiqueta 36. Levo o meu número apenas por referência, para ter por onde começar, mas se achar que a peça acima me vai cair melhor, não só a experimento como a compro, em detrimento do 36, em menos de 3 segundos. Calções são exemplos particularmente bons. Não consigo apreciar calções justos nas coxas, indepentemente da moda querer obrigar-me a tal. Não combina com o estilo que considero elegante. Pelo que sendo impossível fugir destas peças, que invadem todas as lojas, encontro nos tamanhos maiores grandes aliados. Fazer deles inimigos parece-me simplesmente absurdo. 

Meninas (e meninos) que compreendem este fenómeno: expliquem-me o que interessa o número na etiqueta, por favor. Para eu conseguir ser uma amiga mais paciente nesta estação.

8 comentários:

  1. Olá querida ABT, :)

    Este post levou-me a sorrir porque fui levado a ter boas recordações e muita coisa havia para dizer.

    O número que a pessoa veste, e na minha opinião, serve apenas como referência. Mas acredito que mil e um pensamentos tomam conta das pessoas quando estão num desses dias. Se o número não serve é porque algo está mal ou engordaram tirando o facto de nestes dias haver quase uma moda pré-meditada para as pessoas e isso eu não consigo perceber isso.

    A moda devia ser uma referência e qualquer peça devia ter todos os tamanhos. Uma amiga especial para mim tinha o hábito de se regular apenas pelo catálogo e depois havia o caminho de procurar tecidos para a elaboração da peça por uma costureira que fazia um trabalho simplesmente extraordinário. E pelo meio algumas surpresas aconteciam. Para terminar, a moda pra mim é uma referência que podemos ou não seguir e as peças de roupa devemos vestir porque são bonitos, acentam-nos como uma luva e fazem-nos feliz agora quando a moda é porque este ano esta peça está na moda, toda a gente usa e só há o tamanho tal, alguma coisa ou muita coisa esta menos bem.

    Tenho a certeza que a tua companhia será agradável e que este ano será diferente e para melhor, abençoadas as tuas amigas pela tua presença tão sábia e esse problema deve ser encarado como um desafio para todas as meninas.

    beijinhos grandes e bom fim-de-semana, :)****

    PS: Parabéns pela imagem e a mesma só prova que há peças simplesmente muito bonitas e que por isso têm o seu efeito.*

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    1. Olá Serginho,

      Percebo mal esse conceito de que "se o número não serve é porque algo está mal ou engordaram", porque todos sabemos que as marcas não se entendem quanto ao que representa cada tamanho. Uma avaliação mais justa seria feita a partir das suas próprias roupas, aquelas que conhecem bem e já sabem como deveriam assentar.

      Concordo plenamente com a tua visão de moda e que algumas pessoas se deixam escravizar pelas tendências do momento. Quem sabe, aos poucos, as perspectivas não mudem?

      É difícil estar entre amigos e não estarmos felizes, mas com este tipo de conversas as meninas desafiam-me, confesso. Não sei se sou assim tão agradável nesses momentos :P Mas nós queremo-nos bem, e isso leva sempre a melhor.

      Beijinhos e que a semana que se avizinha seja tão serena quanto mereces*

      P.S. :)

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  2. o "estereotipo" da beleza magra... se vestes um numero acima é porque engordaste, se engordaste já nao estás bem aos olhos da sociedade.

    não te consigo explicar, porque eu sou um caso à parte... adorava vestir, por exemplo, um numero acima de calças.

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    1. Os tamanhos são tudo menos homogéneos entre as diferentes marcas. Um centímetro faz toda a diferença, muitas vezes. De qualquer forma, a etiqueta está no interior da peça, ninguém vê. O que a sociedade vê é que a peça está apertada e fica, portanto, mal; ou que assenta tão bem que faz a pessoa mais bonita. Eu cá acho que é capaz de ser mais interessante a segunda interpretação, independentemente de ser verdade ou mentira que a pessoa engordou.

      Calças um número acima é um conceito novo. Hahah Porque é que preferias assim?

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  3. É apenas um número e apenas vale por isso. Quem não lida bem com os números, ou a oscilação desses números, não pode sentir-se bem na sua pele...

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    1. Tens razão, mmm's. Em vez de me irritar com a falta de lógica da opção, devia focar-me mais na possibilidade desse ser o real motivo da relutância em experimentar tamanhos acima...
      Beijinho

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  4. Adorava conseguir explicar-te esse fenómeno, mas não consigo :P

    Mas a propósito deste post, vou contar-te um episódio que conheço bem. Uma ex-namorada minha era modelo fotográfica (ainda que amadora). A miúda era linda, e mesmo com grande corpo. Só que uma vez foi rejeitada numa agência de modelos, porque vestia o 38 de calças e eles só aceitavam o 36... Ditaduras de beleza e magreza, absolutamente ridículas. Sobretudo no caso dela, porque a miúda tinha mesmo um corpo bem feito. Felizmente ela não se deixou escravizar por essa ditadura e não entrou em dietas malucas, mas esse episódio acabou por magoá-la :/

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    1. De facto, na indústria da moda não existe o conceito de magreza excessiva. Fico feliz por a tua ex-namorada, apesar de magoada, não se ter deixado influenciar pela estupidez da mensagem que lhe passaram. O mesmo não aconteceu à Mónica Sintra. A cantora confessou, em tempos numa entrevista, que sofreu de bulimia por muitos anos por lhe terem dito, quando era jovem e tentava ingressar no mundo da música, que o facto de ser "cheiinha" a tornava menos interessante e para voltar quando estivesse mais magra... :S

      Sonho com a altura em que as pessoas vão pensar mais na sua saúde do que em sacrificá-la para seguir uma carreira que, com tantas restrições, pode nem fazê-las tão felizes assim.

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