quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"Sempre a aprender e morremos sem saber"


Uma coisa que me agrada muitíssimo nas lides blogosféricas é a oportunidade de ler pessoas que têm opiniões tão diferentes da minha que me acordam para uma perspectiva da realidade que eu não conhecia até então. Hoje, ao ler um post sobre a emoção vi-me num desses momentos AhaDizia o Roger que ter mais coração do que razão significa que é genuíno e que age de acordo com as suas emoções. Mas que gostaria de ser um pouco mais racional, de tal forma que conseguisse encontrar um equilíbrio entre o coração e a cabeça. 

E nesse momento, e apenas nesse momento, eu percebi porque é que tantas pessoas se queixam da sua emotividade. Só nesse momento me apercebi que entendem a razão e emoção como dois lados distintos, desconexos, nas suas vidas. E isso não me faz sentido nenhum. Porque na minha realidade, coração e razão dão as mãos.

A razão encontra-se do lado da lógica, da atenção ao detalhe, e eu preciso dela não só nas tarefas do meu dia-a-dia como nas minhas relações pessoais. Na verdade, o meu coração só se apaixona se depois da atenção ao detalhe a conclusão for absolutamente adorável sobre a outra pessoa. O coração é sempre o reflexo da razão. E isto não me torna incompatível com a etiqueta de romântica que sempre me colam. E talvez isto seja tão novo para alguns de vocês como foi para mim perceber que não é assim para todos nós. 

Agora percebem (se não percebiam) os meus textos sobre amor romântico versus amor-próprio. Percebem porque para mim é incompreensível que alguém se apaixone por uma pessoa que lhes faz mal (física ou psicologicamente), que não é digna de admiração. E é porque coração e razão não lutam na minha vida, ajudam-se. Se a razão traçar um perfil de 'imbecil' a alguém, o meu coração age de acordo. Como se a razão fosse um computador e o coração a impressora. A minha impressora faz o que lhe compete -- traduzir em cor e forma o resultado da computação. Sem computador, a impressora não saberia sequer o que imprimir. 

Mas o facto de ter aprendido que os emotivos tendem a ver coração e razão como adversários em constante batalha, não significa que compreendi o porquê disso acontecer. E eu preciso de um bocadinho de lógica a acompanhar aquela descoberta :) Então, Emotivos, aproximem-se e contem-me tudo. Como é que o vosso coração tem autonomia para contrariar a avaliação da razão e seguir gostando quando não há razões para tal? Quando é que o coração e razão se separaram?

10 comentários:

  1. Age muito pouco em função do coração, a racionalidade consegue sempre sobrepor-se largamente... O que nem sempre me traz bons frutos.

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    1. Achas que se a tendência caísse para o uso preferencial do coração seriam melhores os frutos colhidos, mmm's?

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  2. Olá querida ABT,
    O assunto é complexo, não é fácil definir sentimentos e a razão talvez seja porque sentimos apenas mas deixarei a minha singela opinião.
    Antes de mais não acredito no teste, o resultado que me deu a mim até foi bom ou muito bom, o equilíbrio é sempre bom, mas não acredito, o universo do ser humano é muito vasto e não é meia dúzia de perguntas que dirão se a pessoa é mais ou menos emotiva, as pessoas são emotivas perante as situações, perante os momentos e não com meia dúzia de perguntas.

    De seguida, não me venham com a velha história de que ele ou ela agiu mal mas foi por amor, magoam as pessoas mas foi por amor isso é uma história que ouvi desde sempre e nunca entrou na minha maneira de ser e de estar no mundo.
    Há sentimentos construtivos tais como a amizade e o amor e há sentimentos destrutivos como o ódio e a inveja e ambos existem e há uma razão para existirem. A escolha é sempre nossa.

    Em diversas situações nós racionalizamos e o problema não está aí, agora há uma coisa muito importante que escapa ou as pessoas não falam disso.
    Cada um de nós tem que ter amor próprio ou confiança por ele e acima de tudo gostar de si e isto porque tendo ou não reage de modo diferente quando há uma ruptura no "amor".
    Os sentimentos de alguém podem estar lá mas se pessoa tiver uma fraca auto-estima e confiança vai se culpar por uma coisa que não tem culpa nenhuma, devia no fundo estar contente por essa ruptura ter existido pois aos dois foi dada uma nova oportunidade para voltar a amar.

    Não estou a citar casos de traição ou outros porque isso nem concebo numa relação amorosa mas sim o fim de um sentimento de uma das pessoas.

    Com o tempo e falo por experiência própria, os emotivos, aprendem a usar a balança e usam também a razão, posso dizer que para as crianças e para as pessoas que vivem no meu coração, da familía e amigos que daria a minha vida por eles, serei sempre emotivo para as outras pessoas peso muito bem e para algumas mais razão do que emoção porque não muda a minha maneira de ser mas sei que assim sou feliz e no fundo essas pessoas merecem que eu seja assim.

    A razão e a emoção (os sentimentos) sempre de mãos dadas ou mesmo colados para as pessoas serem felizes, porque a única razão para estarmos aqui é ser e fazer os outros felizes.

    Alongei-me mas ficou muito por dizer, não é fácil mas temos a melhor professora todos os dias "a vida". O Amor verdadeiro e sincero é capaz de tudo e é uma força invencível capaz de tudo agora o outro "amor" é capaz daquilo que vemos e lamentamos mas isso não é amor, nunca foi nem nunca será.

    beijinhos grandes e muitos e um excelente fim-de-semana***

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    1. Não te alongaste nada. É sempre um prazer ler-te. Obrigada pela resposta, Sérginho :)
      Beijinhos grandes e um lindo fim-de-semana :) ***

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  3. "Como é que o vosso coração tem autonomia para contrariar a avaliação da razão e seguir gostando quando não há razões para tal? Quando é que o coração e razão se separaram?" - é complicado explicar, mas resumindo a uma frase: o coração tem razões que a própria razão desconhece. É uma frase feita que explica o mundo dos emotivos... Por muito que o teu cérebro diga que aquele caminho é errado, o teu coração continua a dizer para arriscar. Isso pode tornar-te mais audaz, mas também pode ser perigoso - precisamente porque o coração não te deixou ouvir o que a cabeça alertava sobre os perigos.

    Não é mesmo fácil explicar :P

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    1. Boa tarde Roger,
      Não sendo o meu espaço e peço desde já desculpa à ABT pela intromissão deixo-te a minha opinião ou um bocadinho mais do que eu disse em cima.
      Eu sou um emotivo e não concordando com o resultado do teste acho que continuo a ser um emotivo agora como essa frase existe e concordo em parte com ela por isso é que nos apaixonámos de repente às vezes, também existe a frase: "Quanto mais me bates mais gosto de ti" e pela qual não concordo em nada.

      Recordas-te da música que te enviei para partilhar November Rain, essa música traz-me muito boas recordações e já passaram dezena de anos mas a pessoa por detrás da mesma nunca me fez mal, nunca me magoou se fosse ao contrário eu iria pesar o que aconteceu e não era tanto emotivo quando ouço essa música.

      Por exemplo quando as pessoas te magoam tu mesmo sendo emotivo vais analisar, vais pesar os prós e os contra mesmo sendo emotivo, não falo de casos em que as pessoas são masoquistas e gostam da dor ou do sofrimento mas nos casos em que acreditam num Amor.

      Outro exemplo, quando me magoam e mesmo sendo emotivo eu vou analisar se vale a pena continuar a ser como sou perante aquela pessoa.

      E podia dar dezenas de exemplos eu acho que somos todos emotivos e todos pesamos e analisamos as coisas uns mais outros menos e só assim somos felizes.

      Grande abraço e foi só a minha singela opinião.

      PS: Somos audazes sim mas fazemos coisas quando a descoberta da pessoa ainda está a ser feita, quem nos magoa só permite duas coisas em nós, o silêncio e a distancia e a razão é simples não é aquela pessoa que nos vai fazer feliz e nos procurarmos alguém que nos faz feliz para fazermos também essa pessoa feliz.

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    2. Roger,
      Percebi melhor um bocadinho, mas deixas-te-me ao mesmo tempo ainda mais curiosa :P
      Obrigada :)

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  4. Desde que escreveste este post que ando para responder! Continuam a faltar-me as palavras.
    Possivelmente encaixo-me nos emotivos, talvez me apegue demasiado às pessoas, mesmo quando a razão já lhe percebeu características menos compatíveis com a minha sensibilidade (confuso?! o sentir dos emotivos é assim :P). Por vezes acho que sou demasiado sensível, que espero demasiado dos outros, outras tantas acho que os outros são demasiadamente egoístas e não são capazes de se dar (confuso outra vez!). Somos todos diferentes, as relações têm de ser feitas de aceitação, aceitação com limites, logo que o outro teime em nos magoar (consciente ou inconscientemente), o amor (qualquer das formas) deixa de fazer sentido, o que não implica que deixe de se sentir. O amor (para os emotivos como eu) é uma droga e a desintoxicação um processo duro (a imagem é feia, mas a dor de termos de nos desapegar à força de alguém que amamos é comparável a uma ressaca), consegue-se com muita força de vontade, aprendendo a amarmo-nos (mais que aos outros).

    Beijos, muitos <3

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    1. Minha doce Canca,

      Comparar o amor com uma droga foi um bocadinho pesado para uma romântica como eu. Como é que o sentimento mais pleno, mais puro, mais intenso, pode ser uma coisa má? No contexto da decepção, não será aquilo a que chamas amor apenas uma Ilusão de amor --que, como todas as ilusões, decepciona? Não será a dificuldade em aceitação da personalidade dos outros (o seu egoísmo incluído) apenas pressa em encontrar o amor, e birra por ainda não o ter encontrado? Não deveríamos apenas avaliar e avançar, se não estivermos diante daqueles que fazem o nosso coração sorrir?

      O Amor -- seja sob que forma for -- é um lugar de Felicidade. Assim, avaliar o grau de felicidade em que nos encontramos é um perfeito indicador de quão perto estamos desse lugar. Quando fazemos birra porque estamos no lugar errado e insistimos em chamar a esse lugar Amor, estamos apenas a perpetuar essa ilusão. A racionalidade ajuda-nos a recomeçar a caminhada.

      Que sejas muito, muito, muito feliz, Canca*
      Beijos, mais! <3

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    2. A imagem foi dura minha querida, mas sofrer por amor pode ser tão duro. :( Eu percebo e concordo com tudo o que dizes, e adoraria avaliar e avançar, acredita que sei avaliar, e que até sou capaz de me afastar das pessoas que me impedem de sorrir. O que não consigo é esquecer! Não sei explicar porque sou assim! Sei que cada um sente à sua maneira, que nem sempre as pessoas nos magoam intencionalmente, talvez me queira iludir. Se assim for, é algo que eu não controlo, conscientemente prefiro ser menos feliz com a verdade do que viver iludida.
      Eu sempre disse que ser esquisita era comigo. :)

      Obrigada por tudo, o meu 2013 foi mais leve e teve mais sorrisos graças a ti.
      Abraço bem apertadinho*******

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