sexta-feira, 3 de maio de 2013

Leituras



Adoro ler. Gosto mesmo muito de me perder no tempo com um livro nas mãos. No início interessava-me aprender a escrever tão correctamente quanto possível. Lia tudo aquilo a que as minhas pequenas mãos tivessem acesso. Os meus pais eram os meus dicionários de serviço. 

Lá em casa havia uma colecção linda e imponente de seis livros de capa com letras douradas em fundo azul bem escuro, com ilustrações imperiosas: As Mil e Uma Noites. As páginas são únicas ao toque e eu achava aqueles pesados livros um máximo (na verdade continuo a achar). As histórias não são infantis e descobri isso não por as perceber na íntegra, mas quando a resposta a uma das minhas dúvidas foi respondida com a convicção de que: "Não deves ler esses livros... não são para a tua idade". Eu não percebi a lógica da afirmação, já que aquela história tratava de conceitos de higiene. E a esposa daquele sultão não deixava um só centímetro de costas por lavar, ainda que para isso precisasse da ajuda de três escravos! Provavelmente tinha um problema de flexibilidade. 

Mais tarde o critério alterou-se. Aprender a escrever correctamente continuava em pano de fundo, mas interessava-me especialmente a capacidade imaginativa dos autores. Histórias fantásticas, com seres que não existem, em lugares de onde a aventura parecia brotar até das pedras da calçada. 

Com a chegada dos e-books e da possibilidade de fazer downloads gratuitos (de qualidade duvidosa) percebi que a única coisa que me importa actualmente é o conteúdo (mesmo com gralhas e erros ortográficos). Ainda que continue a preferir livros físicos, o preço não é apelativo e penso que se o livro for realmente bom não é um ebook de má qualidade que vai afastar um interessado de adquirir a obra. Pelo contrário, vai aumentar esse desejo. 

Actualmente prefiro a categoria de não-ficção, ainda que as aventuras continuem a exercer um fascínio em mim. Três livros muito giros nestas categorias são:

1) O Dia Em Que a Minha Vida Mudou, de J. B. Taylor
Trata-se do testemunho de uma neurocientista que sobreviveu a um acidente vascular cerebral e conta a história, absolutamente inspiradora, de como o venceu. O poder da mente no processo de cura é mais uma vez exaltado, tema que me interessa de forma muito particular por dois elementos da família, de gerações diferentes, terem vencido formas incuráveis de cancro apenas porque decidiram que iam vencer.
Este livro foi bestseller do New York Times e da Publisher’s Weekly.

2) Comer, Orar e Amar, de Elizabeth Gilbert
É um livro de não-ficção, de leitura acessível, divertida mas profunda, sobre a forma como a autora encontrou paz interior depois de um casamento falhado e de um processo de divórcio complicado. Numa decisão radical decidiu viajar por um ano, sozinha, e viria a viver na Itália, Índia e Indonésia, onde se encontrou consigo mesma. A história é envolvente e leva-nos a questionar até que ponto nos conhecemos.
É um livro ideal para quem deixou de acreditar -- nas coincidências, no destino, no amor, na Vida.

3) The Once and Future King, de T.H. White
Uma clássico sobre o rei Artur e Merlin, imperdível pelo humor, pela leveza, e pela capacidade de nos fazer querer saltar para dentro da história. Infelizmente não encontro uma versão traduzida em português, mas recomendo vivamente a versão original a todos aqueles que leiam inglês.

Obrigada pelo desafio, Canca :) Eu passo o repto, de enunciar um livro de incentivo à leitura e de sugerir alguns blogues para que a iniciativa continue, aos sempre interessantes:

- HSB em homem sem blogue
- Leitor em Elas Vistas por Ele
- Aline Moura em Escritora de Cafeteria
- Nina em Nina...
- Suricate em Suricate
- Tiago Leal em Viagens no meu Caderno.

Canca e Somente EU sintam-se convidados a partilhar mais um livro :)

10 comentários:

  1. Já estou a ler um dos livros que sugeriste ;)
    Quanto aos outros vão para a minha wishlist. Confesso que ainda não me rendi aos e-books, adoro a sensação de ter o livro na mão, de o ir folheando, de ir devorando as páginas, infleizmente os livros não são própriamente acessíveis, mas o prazer que dão compensa largamente.
    Estou numa fase de devorar histórias de vida, daquelas que nos dão ânimo, e nos alargam horizontes...
    Beijos

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    1. Estamos em sintonia então, Canca :) Eu também estou nessa fase de devorar histórias de vida. E a diversidade é tanta, as experiências (dos outros) tão enriquecedoras, que me parece que vou ficar por aqui bastante tempo... :)

      Boas leituras*
      Beijinhos

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  2. Vou sem duvida dar seguimento à iniciativa :)

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    1. Que bom, Leitor :) Vou aguardar as sugestões curiosa!

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  3. Eu já no meu outro blog tinha respondido a este desafio, mas como és tu, vou responder de novo, na semana que vem. :)*

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    1. Ohhh :))
      Ainda bem, Lia, as tuas sugestões nunca são demais! :)*

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  4. Gostava de poder dar seguimento ao desafio proposto, mas não sou dado a leituras. Desculpa ABT :$

    Já fui dado, quando era miúdo devorava livros (tenho colecções completas, ou quase completas, do género de "Uma Aventura", "Os Cinco", "Os Arrepios", etc). Com o passar dos anos, fui-me rendendo a outros vícios e o hábito da leitura ficou perdido no tempo :$

    Ainda assim, obrigado por te lembrares de mim no desafio :)

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    1. Não faz mal, Roger* Talvez esta iniciativa generalizada desperte a tua atenção para algum dos livros e retomes o hábito :)

      E se sugerisses uns filmes deliciosos baseados em livros? ;)

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  5. Aiiii desgraça...eu pecadora me confesso, obrigada por me teres passado o testemunho, mas não te vou confessar há quanto tempo não leio um livro...Mas obrigada querida:)
    Desculpa!!!!!

    jinhosssss ( e não minto, não me sentiria bem a dar conselhos de leitura de há 500 anos:))

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    1. Querida Suricate, desculpa-me o atraso abismal na resposta a este comentário, ficou perdido, só dei por ele agora.

      Os teus conselhos de há anos atrás são muito bem-vindos. Muitos dos melhores livros que li estão láaa atrás :) Ou então, podes seguir a sugestão dada ao Roger: e se fizesses uma listinha dos melhores filmes que viste, baseados em livros?

      Beijinhos, bom fim-de-semana*

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