segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dos valores humanos. Ou da falta deles.



A última visita ao veterinário foi... surpreendente. 
Começou com boas notícias! As boas indicações no processo de recuperação do meu cão confirmam-se: já não parece haver espaço à possibilidade do quadro se reverter de tal forma que conduza à paralisia. Mas o semblante da senhora continuava sério e achei que estaria a esconder-me algum receio. A conversa que se seguiu deixou-me boquiaberta:

- Mas o que se passa, se as indicações são boas porque parece tão preocupada? - perguntei.
- Porque a coluna continua torta e se continuar ele pode ficar um pouco... corcunda. 
- Que riscos isso lhe traria? 
- Nenhum... 
- Então porquê a preocupação? - perguntei confusa.
- Porque... alguns donos deixam de gostar dos cães nesses casos... e não os querem mais...

E as lágrimas arderam-me nos olhos. Como é que alguém pode abandonar um amigo que se magoou? 
Dizem que nada se resolve à bofetada e eu costumo concordar. 

Mas há momentos em que tenho vontade de confirmar se essa teoria é mesmo válida.


2 comentários:

  1. E mais uma vez, eu conheço a sensação... Na altura do meu bichinho a veterinária pôs-me mesmo a opção de abate, porque há famílias que nunca aceitariam um gato com 3 patas.

    Nem tenho a certeza de como fiquei naquele momento, mas lembro-me que me doeu tudo por dentro!

    Beijinhos*

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    1. Às vezes parece que vivemos em mundos diferentes, ou pelo menos realidades diferentes, mesmo quando estamos a olhar para a mesma coisa. As perspectivas variam tanto que me é difícil compreender o que causa tamanha disparidade.

      Mas neste caso, eles é que perdem... ;)
      Beijinhos Lia*

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