terça-feira, 25 de setembro de 2012

Qual é o problema?

Detalhe da escultura O Rapto de Prosérpina, de Bernini.


Não compreendo de onde vem a necessidade de algumas pessoas de regularem a vida dos outros sem motivo que sustente tal acto. Casos polémicos como a eutanásia ou a orientação sexual são apenas exemplos desta vontade humana em determinar o que será melhor para os outros punindo-os, se necessário, por uma acção que deveria ser pessoal, privada e respeitada. A punição pode ser física ou psicológica e deixa marcas igualmente profundas.

Hoje, enquanto almoçava, passava na televisão um programa sobre os bastidores de um show televisivo da Oprah, uma apresentadora norte-americana extremamente bem sucedida. Naquele momento a equipa encontrava-se em reunião e, no contexto dos temas dos próximos programas, foi proposta esta pérola televisiva: "Virgem aos 30 anos". A minha estupefacção, perante o tom de anormalidade, coincidiu com a pergunta da Oprah:
- Qual é o problema de se ser virgem aos 30 anos?!
E eu agradeci mentalmente por estar num mundo que ainda não pirou completamente.

Passámos do exagero das restricções à total liberdade de acção (seguindo a máxima A nossa liberdade termina onde começa a dos outros), mas agora vamos ultrapassar essa marca para o incentivo a que façamos como e quando vemos fazer? Parece-me absurdo que a sociedade julgue ser estranho e alvo de debate o facto de jovens adultos optarem por não iniciar a sua vida sexual tão cedo quanto vem sendo comum. Da mesma forma que algumas pessoas querem explorar os prazeres físicos assim que lhes é possível, outros preferem esperar até encontrar a pessoa certa com quem partilhar uma parte muito íntima de si mesmos. O que para uns é a coisa mais natural do mundo, para outros vai para além da experiência fisica entrando numa esfera quase espiritual. No caso dos últimos, encontrar a pessoa certa pode demorar mais tempo, mas é perfeitamente normal e saudável que sejam exigentes. A menos que exista um problema de auto-estima envolvido, que se reflicta na ausência de relacionamento emocional com outras pessoas, ser virgem aos 30 é um problema que não existe.

O que é que vocês pensam deste tópico?

3 comentários:

  1. No outro dia, aquando de um momento em que estava a ver a Casa dos Segredos (sim, sou das que vê e admite), apanhei uma conversa de alguns deles em que era basicamente uma delas a dizer que tinha perdido a virgindade 'tarde', já com 20 anos. Ao que outro lhe responde "perdeste a virgindade com 20 anos, se tens 22, agora tens que compensar esse atraso todo".

    Eu fiquei do género WTF? Mas o que é que se passa com esta gente? Porque é que é tão fixe andar aí nas bocas do mundo só porque perdeu a virgindade primeiro que toda a gente, só porque já não é virgem?
    Porque é que a sociedade hoje em dia DISCRIMINA (sim, isto é estupido, mas é verdade) as pessoas que resolvem esperar pela pessoa certa, ou esperar até estar preparado para tal momento.

    Eu sem vergonhas digo, "segurei" a minha virgindade até onde quis, até onde me senti preparada e com plena consciência que era mesmo aquela pessoa... E não me arrependo de a ter perdido tão "tarde"! E não me importava, se assim a vida o decidisse, que ainda não tivesse acontecido.
    O sexo é tão banalizado, que acho que hoje em dia já ninguém "faz amor". É uma pena!

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    1. Gostei muito de ler a tua opinião, Lia.
      A forma como a resumiste é muito assertiva. De facto: "O sexo é tão banalizado, que acho que hoje em dia já ninguém "faz amor"". Mas que bom que ainda há quem pense, e aja, de forma diferente!

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